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Autorresponsabilidade

Foto: Rodrigo Belatto

Escrito por Jaqueline Sessa

Palavra bonita né, autorresponsabilidade!

No decorrer da minha vida a palavra responsabilidade sempre esteve muito forte, mas há pouco tempo consegui entender melhor e encontrar significados mais amplos para isso.

A gente cresce ouvindo sobre responsabilidade em diversas coisas relacionadas ao externo mas quase não ouvimos sobre a nossa autorresponsabilidade. E você, já refletiu sobre qual a diferença entre ambas?

Bom, quando comecei a fazer uma retrospectiva da minha vida para encontrar quais foram os momentos que me desviaram do meu propósito de trabalho com o corpo e me levaram para o mundo corporativo, consegui encontrar um momento muito forte que me fez cair a grande ficha sobre autorresponsabilidade (depois conto abaixo sobre esse momento).

Quando somos crianças e adolescentes sabemos pouco sobre o impacto de nossas ações no futuro. É claro que sempre está tudo certo e que fizemos o melhor que sabíamos para aquele momento, mas estar consciente de que tudo que temos hoje é simplesmente decorrente de um conjunto de ações faz total diferença para entender sobre o rumo das coisas. Vejo amigas solteiras reclamando que não conseguem encontrar caras legais, pessoas reclamando que não gostam do seu emprego, reclamando sobre a política, violência na cidade e etc mas você já parou para observar que tudo é fruto de micro ações que aconteceram no passado? A maioria de escolhas suas e a minoria de coisas que aconteceram sem sua ação.

E vejo por aí que o padrão de comportamento quando cai essa “ficha” é muito forte para a vitimização. Pronto, aí ferrou! É o ponto que entramos no ciclo vicioso e os padrões voltam a se repetir de forma parecida, mas em outras coisas. Quantas vezes você se perguntou “Mas isso, acontecendo de novo?”

Autocríticas excessivas, mau humor, crises de ansiedade e chutar o balde para qualquer coisa que apareça em sua frente são coisas que vão acontecendo quando não assumimos a nossa autorresponsabilidade.

Os padrões de situações tendem a se repetir inúmeras vezes na vida até que a ilusão caia e seja possível enxergar a verdade de que assumir seus atos, e se acolher com compaixão pode ser o simples e mais poderoso recomeço para escrever novas páginas e viver uma nova realidade.

Lá em cima comentei que vivi essa experiência (na verdade foram várias, mas vou compartilhar a mais marcante já que nosso assunto aqui também é carreira). Meu sonho quando criança era ser Ginásta e quando percebi que não seria possível o meu subconsciente se vitimizou ao máximo e quis seguir o caminho totalmente oposto à qualquer coisa que fosse relacionada ao esporte. Para ter uma idéia, eu era o tipo de criança fissurada em esporte e matemática era a minha pior matéria, já tirei muitas notas abaixo de 4! Quando me formei achei que eu seria presidente de empresa e até Pós Graduação em Finanças eu fiz em uma das universidades mais difíceis do Brasil. Bom, quem leu o artigo anterior, “Buscamos o sucesso para alegrar o ego ou o sucesso para alegrar a alma” viu que eu expliquei como o yoga me ajuda na expansão de consciência do todo e principalmente nos sentimentos do corpo. Junto com isso também acompanhado de estudos e anos de terapia, eu tive uma lembrança exata do sentimento que eu tive no momento que decidi parar com a ginástica (eu me lembro falando com a técnica Lígia). E foi esse um resgate de um dos sentimentos mais tristes e de maior aperto no peito que vivi na vida. Quando lembrei disso eu só conseguia pensar “que merda que eu fiz da minha vida” e uma tristeza profunda me tomou e o brilho de trabalhar com o corpo morreu ali. Não passava pela cabeça em hipótese alguma fazer uma terceira faculdade já aos 33 anos para retomar o meu sonho.

Depois consegui entrar num momento de compaixão comigo mesma e aceitação de que aquilo foi o melhor que soube escolher aos 14 anos. Enfim, desencanei de querer consertar o passado, me culpar e ser vítima de tudo e resolvi fazer o que eu gosto daqui pra frente, e ponto final. Foi incrível como minha vida deu uma grande virada quando tomei essa decisão dentro de mim e fortaleci minha autorresponsabilidade no agora. 

Autorresponsabilidade e ação no agora. Vamos ser felizes que nossa mente não consegue acompanhar as infinitas possibilidades que podem acontecer!

Com carinho,

Jaque Sessa

 

Jaqueline Sessa é Professora de Yoga e escreveu este texto a convite de Rossana Perassolo DNA Profissional. Conheci a Jaque no mundo corporativo, como uma executiva talentosa e de alto potencial e fiz questão de mantê-la por perto. Acompanhei o processo de descoberta e transição de carreira dela para o Yoga. Saiba mais sobre ela @jaquesessa

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