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Eu era feliz, mas aconteceu… (Eu não quero ser líder!)

Foto: Katemangostar (Freepik)

Escrito por Rossana Perassolo

Geralmente o que ouço é um pouco diferente, e é quase sempre algo do tipo “Eu não sei liderar”, ou “Eu não sei lidar com pessoas”, ou “Eu não sou bom com gente”. Muitas vezes, lá no fundo, a pessoa descobre que era feliz como colaborador individual, e que o “não sei” na verdade é um sonoro “não quero” ser líder mesmo.

Vamos entender o porque: ser líder é como comer um prato lindo e que dá água na boca, que às vezes é delicioso e às vezes é azedo, amargo, e muitas vezes é indigesto ou intragável até. É carregar o piano nas costas, subir ladeira puxando um caminhão de pedras engrenado. É um lugar solitário que mesmo em dias tenebrosos é para onde você volta para dar o melhor de si porque não pode se dar o direito de desanimar, ou contagia o time de maneira catastrófica. É pressão, é burocracia, é lidar com conflitos (hoje traduzido como “mimimi”). Esta é só uma das versões, mas você entendeu.

E é por isso mesmo que liderança é para quem quer muito, e pelas razões certas. Entender que o papel do líder é servir, antes de tudo, para desenvolver e conduzir aos melhores resultados (para a empresa e para o time), sem as expectativas de glamour do líder Nutella, também abre as portas para colher o melhor da liderança, todos os frutos saborosos que ela traz (e sim, são muitos! As conquistas juntos, cada pessoa que você ajudou a desenvolver e que chegou aonde chegou, um simples agradecimento sincero, encontrar a solução para um problema escabroso e por aí vai).

A liderança é o ato de comandar, orientar e incentivar um grupo de pessoas visando o atingimento de uma meta ou objetivo em comum.

Mas é cultural que para crescer na carreira tem que, cedo ou tarde, chegar à liderança. Uma peneira natural é que os melhores concorram: os melhores vendedores concorrem à vaga de Gerente de Vendas, e aí com o tempo descobrimos que perdemos um ótimo vendedor para ganhar um péssimo gestor. E há diversas razões para isso acontecer, mas aqui, hoje, vou falar de duas delas:

 

1. Você não quer ser líder: 

Apenas esteja seguro se você realmente não quer, ou se está vendo que é difícil e que está cometendo erros e “não quer ser líder assim”.

Caso não queira mesmo: reestruture sua carreira, se estiver em posição de liderança e não queira, mude o rumo, sempre é tempo. Todo lugar precisa de profissionais de excelência, líderes ou não, trabalhe em como posicionar isso. Você pode e deve continuar trilhando seu desenvolvimento solo, e chegar a ser extremamente reconhecido como tal.

Caso “não queira ser um líder assim”, pode ser que se enquadre na opção 2, então continue lendo e veja se isso te ajuda.

 

2. Você quer ser líder, mas não está dando conta de ser o líder que os outros são:

“Ele é o típico líder!” Talvez você não saiba, mas existem estilos (no plural) de liderança, não apenas um.

Nas literaturas e estudos mais tradicionais, destacam-se três estilos de liderança: a liderança autocrática, a liderança democrática, e a liderança liberal

Mais recentemente, outros estilos ganharam destaque: a liderança situacional e a liderança coaching, frequentemente apresentadas na bibliografia especializada mais atual. Assim que assumi minha primeira função como gestora meu então líder (uma referência em liderança para mim, que tive o privilégio de ter como meu líder e como meu mentor, um dia escrevo sobre ele) me mandou para um treinamento de liderança situacional nos Estados Unidos, que abriu minha cabeça. Nos 12 anos liderando equipes me alternei entre a liderança Situacional e a Coaching (essa última sem saber que tinha esse nome, sem formação, mais por ser a mais adequada ao meu estilo natural junto com tudo o que eu havia aprendido. Bem antes do Coaching virar febre, moda, amor e ódio no Brasil, era só um estilo de liderança que eu seguia sem saber). Gosto desses dois estilos, embora sejam mais trabalhosos para o líder em início de carreira.

Cada um destes estilos possui suas peculiaridades, vantagens, desvantagens. Dessa forma, irão funcionar ou não em situações específicas.

 

A importância da SENSIBILIDADE do líder:

Ter maior clareza do seu perfil economiza tempo e dinheiro em treinamentos e desenvolvimento do líder, além de ser muitas vezes a diferença entre um líder bem-sucedido e um líder que “não sabe liderar”. Não é uma etapa curta nem rasa, exige muita reflexão e confrontar os próprios monstrinhos, mas sem mimimi: não é sobre quem você é, mas sim sobre o que você faz com isso (com o seu perfil).

 

Em verde, os estudos de perfil disponíveis para contratação de Devolutiva pelo DNA Profissional Desenvolvimento de Carreira

 

Antes de entender melhor os estilos de liderança, eu defendo que temos que entender o estilo do líder (da pessoa). Qual seu perfil comportamental, suas forças de caráter, seus motivadores, seus sabotadores? É essa a matéria-prima que irá executar o papel de líder e qualquer estilo de liderança que seja mais apropriado ao momento, à empresa e ao time em que esteja. Um líder auto-consciente e disposto a adaptar-se é um líder que não conhece o impossível. Ele sabe que não tem o que não dá, tem o que ele ainda não fez.

Não há um estilo de liderança que seja O melhor, que sozinho atenda da melhor forma a todas as necessidades (desculpe, não tenho essa boa notícia pra te dar!). Diversos estudos já comprovaram que quanto mais estilos o profissional for capaz de dominar e implementar à sua atuação, melhor. Aqueles que dominam pelo menos os 3 estilos tradicionais tem (comprovadamente, de acordo com os estudos) melhores desempenhos individuais e em equipe. Para ter sucesso como líder, é essencial saber detectar o estilo de liderança ideal para cada situação e adaptar-se com rapidez. Não é uma receita única, tem que saber mais de um perfil, tem que saber combinar, tem que saber fazer essa mistura. 

Por isso, conhecer primeiro a si mesmo é ainda mais fundamental. Se o autoconhecimento é a chave para a alta performance, imagine o efeito para o líder.

 

Quem aqui, líder empresário ou líder executivo, fez um bom autoconhecimento antes ou assim que assumiu o papel de líder? Eu não fiz, e fez falta, MUITA FALTA. Me custou noites de sono e acabei tendo que trabalhar e estudar muito mais, além de todas as cabeçadas que dei (extra!).

E com você, como foi?

 

 

 

Artigo a ser publicado no LinkedIn.

Rossana Perassolo é Master coach e mentora formada pela Sociedade Brasileira de Coaching, com especializações em psicologia positiva, carreira, leader, executive, business, mentoring, personal & professional coaching. Certificações internacionais pela Association for Coaching (AC) e pelo Institute of Coaching Research (ICR). Analista comportamental formada em teorias DISC e motivadores pela TTI Success Insights. Analista comportamental formada em DISC, attributes & values pela IMX Innermetrix. Formada em publicidade e propaganda pela UFMT, com MBA em marketing pela ESPM. Por 15 anos atuou em grandes multinacionais da indústria de tecnologia da informação, 12 deles liderando times em todos os continentes, especialista em implementar, desenvolver e manter times de alta performance em diferentes países.

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