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Tudo o que aconteceu na vida que você NUNCA viveu

Foto: Freepik | Rawpixel.com

Escrito por Rossana Perassolo

Sabe aquela história do Antonio* que, cansado de uma vida mais ou menos, jurou a si mesmo que faria sua vida finalmente valer à pena? Jurou que sairia da inércia e tomaria atitudes para realizar os seus maiores sonhos, um a um. Não era mais uma promessa de fim de ano, era uma promessa de vida. Dessa vez ele faria acontecer.

 

A história do Antonio

Ele tomou coragem e fez uma chamada importante para retomar um contato perdido há anos, isso gerou um encontro com a mulher dos seus sonhos, se aproximaram, ficaram amigos, acabaram se apaixonando e namorando.

Com o namoro veio o reencontro com um grande amigo de escola em comum dos dois, voltaram a conviver e decidiram que empreenderiam juntos. Antonio e seu amigo trabalharam meses juntos conciliando o trabalho que tinham de dia com o projeto à noite.

O projeto acabou virando um negócio, receberam algumas propostas de investimento, e Antonio pôde enfim sair do emprego que não gostava. Com os novos investimentos, ele e o amigo aceitaram uma proposta para se mudarem de País, um dos seus grandes sonhos, para decolar o projeto (agora já um negócio).

A mudança trouxe o desafio do namoro à distância, a saudade apertou, Antonio e a namorada resolveram morar juntos.

Antonio estava vivendo a vida que sempre sonhou, nunca tinha sido tão feliz. A mulher da sua vida, o trabalho dos sonhos, experiência internacional, amigos com as mesmas afinidades. 18 meses depois da decisão que tomou e inúmeras passos dados, Antonio estava feliz, finalmente.

 

Final feliz?

Só que isso nunca aconteceu. Antonio nunca fez aquela chamada importante, teve medo demais e acabou adiando, adiando… Os mesmos 18 meses passaram, de qualquer jeito, e ele nunca descobriu tudo o que perdeu por ter deixado o medo tomar conta, de novo.

Em algum momento você já jurou a você mesmo que faria sua vida valer à pena? Que sairia da inércia, tomaria atitudes para fazer acontecer todos os seus maiores sonhos?

Onde eu estou hoje é resultado do conjunto de decisões que tomei ao longo de toda a minha vida. Às vezes me imagino como se não tivesse tomado uma determinada decisão, a “não reação” em cadeia que uma única mudança teria causado. Há também as inúmeras decisões que não tomei, os passos que não dei, e o que eu nem imagino que possa ter perdido, de bom e de ruim, por ter paralisado e acabado sem seguir alguns caminhos.

Importante ressaltar que essa vida “que vale à pena” é seu conceito que conta, no que o teu coração bate mais forte. Viver “a vida épica” de outro é bem triste. Estou falando aqui do quanto deixamos de viver coisas que queremos muito, por medo. Medo de coisas que sequer existem fora da nossa cabeça ou que, se existem, e daí? Vai e faz com medo mesmo, enfrenta.

Se você tem medo, eu entendo. Juro. Sou dessas, das pessoas que tem medo de um caminhão de coisas. Medo de falhar, medo da crítica, medo da exposição e da vulnerabilidade. Com o passar dos anos fui aumentando a curva da coragem, fazendo as coisas apesar do medo. Cada vez mais, adio menos minhas decisões importantes. Ainda é um processo, mas gosto do percurso, mesmo quando é sofrido, mas cheio de aprendizado. Antes eu pensava no destino, no objetivo, e todos os monstros imaginários do caminho na minha cabeça me paralisavam.

Agora busco um jeitinho de curtir o processo, a caminhada, as pequenas e grandes superações e conquistas que só o caminho me traz, muito além do destino. Constróem quem eu me torno a cada dia, e muitas vezes vira um passeio, nem perto de ser tão difícil como eu imaginava. E se eu não tivesse decidido fazer aquilo? E se eu não tivesse tomado aquela atitude, me borrando de medo, aquele primeiro passo?

Desistir faz parte também. Algumas coisas não são para ser feitas, o plano pode e deve ser ajustado. Entender a diferença entre persistência e insistência.

Também já tomei e continuo tomando algumas decisões erradas. Mas aí entra o otimismo. “O que aprendo com isso?” e pronto. O que eram dias me martirizando por cada erro, hoje às vezes ainda me dá um dia de mal-estar, mas mesmo chateada vejo o que tem de aprendizado e coloco energia no próximo passo. Aos poucos o sentimento ruim se dissipa (também tenho que respeitar esse tempo, mas sem vitimismo) e ficam só as lições e o que eu passei a ser com essa vivência.

 

Afinal, como diz Antonio Abujamra: “A vida é sua. Estrague-a como quiser.” Ou não.

 

*Essa foi a história do que (não) aconteceu com o Antonio. Mas poderia (não) ter sido a Carla, o Bruno, o Renato, a Fernanda, a Patrícia..

Artigo publicado no LinkedIn.

Rossana Perassolo é Mentora e Master Coach formada pela Sociedade Brasileira de Coaching, com especializações em psicologia positiva, carreira, leader, executive, business, mentoring, personal & professional coaching. Certificações internacionais pela Association for Coaching (AC) e pelo Institute of Coaching Research (ICR). Analista comportamental formada em teorias DISC e motivadores pela TTI Success Insights. Analista comportamental formada em DISC, attributes & values pela IMX Innermetrix. Formada em publicidade e propaganda pela UFMT, com MBA em marketing pela ESPM. Por 15 anos atuou em grandes multinacionais da indústria de tecnologia da informação, 12 deles liderando times em todos os continentes, especialista em implementar, desenvolver e manter times de alta performance em diferentes países.

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