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Um café, por favor!

Foto: Freepik | Valeria Aksakova

Escrito por Rossana Perassolo

Pra muita gente, o dia só começa de verdade depois de uma boa xícara de café.

Eu confesso que o meu começa de várias formas, mas fica sim mais especial com uma caneca de café, recém passado, quando o aroma ainda domina a casa.

Dia 24 de Maio é comemorado no Brasil o Dia Nacional do Café, e pensando a respeito foi quando me dei conta que minha relação com o café tem um “q” de memória afetiva…

A família da minha mãe era da roça, em uma chácara em Tangará da Serra, interior “do” Mato Grosso, plantava e criava de tudo, mas os pés de café já foram motivo de discórdia e de orgulho, de perseverança até dar certo. Passávamos as férias com eles, e como era divertido cada dia lá! Eles deviam pensar “lá vem essas crianças da cidade atrapalhar nosso serviço!”, mas para mim e para os meus irmãos, a gente se divertia demais. Já espalhei café no terreiro (na verdade, mais atrapalhava meus avós e tios, mas eles me permitiam estar ali), tenho absolutamente viva na lembrança a imagem da minha avó (Dona Bela, conhecida pelos netos como Madrinha, que eu chama de vovozinha só pra provocar) torrando café no torrador bola no fogão à lenha. Tinha que manter um certo ritmo girando aquilo, sem parar por um instante ou a torra não ficaria boa. E quantas vezes aporrinhei a vovozinha pra me deixar fazer aquilo, ela não deixava, claro! Ela ia correr o risco de perder uma torra de café? Não mesmo, ela era genial!?

E a maquininha minúscula de moer café… aquilo sim ela me deixava fazer, tinha que esvaziar e recarregar um monte de vezes, me lembro de tudo o que se refere àquele momento. Do visual, o ruído, o aroma, a luminosidade do lugar.

 

Na casa dos meus pais o café sempre foi um ritual, um momento de união, os vizinhos vinham “tomar um cafezinho”. Nunca faltou. Lá, toma-se café o dia todo, coado, maravilhoso, com um bolinho feito na hora ou um pãozinho, ou como ator principal e único.

 

Aí eu cresci, me mudei pra São Paulo para trabalhar, grandes multinacionais, incontáveis horas em reuniões regadas a litros e mais litros de café. Expresso, coado, de máquina, diferentes idiomas.

Mais de 300 cursos presenciais (em diferentes lugares do mundo) e online feitos com a companhia do café. Calculava a hora da chegada aos lugares dos cursos prevendo o tempo necessário para localizar a cafeteria mais próxima e comprar o café “to go” (pra levar), dos enormes. Não era pra acordar, era um conforto, um aconchego, como estar em casa.

E viajei a diferentes lugares do mundo, tomei cafés de diferentes sabores e aromas, rodeada por pessoas e culturas diferentes, conversas experiências diversas, e muitas vezes só com a minha própria companhia. Em aeroportos, hotéis, escritórios diferentes, cafés locais. Em qualquer lugar do mundo, sempre busco o café como é tomado localmente, na verdade ele me leva de volta pra casa, me reconecta, e é isso que me permite estar em qualquer lugar do mundo 100% presente.

 

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Fotos: Rossana Perassolo. Sobre as imagens: alguns dos diferentes cafés que tomei. Com ou sem acompanhamento, expressos ou coados, puros ou com leite e até com azeite (fica curiosamente bom!), em casa ou em cafés, aeroportos ou escritórios (mas sempre sem açúcar nem adoçante, aprendi a gostar). Nas fotos faltou um dos meus favoritos: o que tomo na casa dos meus pais.

 

Você pode estar se perguntando: mas o que isso tem a ver com carreira, trabalho, desenvolvimento? Tudo! Tem a ver também com família, relacionamentos, networking. Pense, em quantos momentos o café esteve com você? Qual foi o momento mais especial, mais marcante que teve regado a café? E, se você me conhece, que momento você se lembra de ter vivido eu, você e um café (ou vários!)?

Amo os cafés que tomo com meus clientes, mesmo os cafés virtuais são especiais. Seja durante as reuniões de trabalho, ou para falar de qualquer outro tema. Meu pai sempre disse que o mais importante é o que está ao redor da mesa. O café é às vezes a desculpa desnecessária, mas que cai bem.

 

Nunca tinha percebido tudo isso, até hoje. Escrever sobre isso me fez mergulhar em lembranças maravilhosas, revisitar origens e revisar o percurso percorrido até este momento, resultado das minhas tantas decisões tomadas durante a vida.

E pra você, que lembranças o café te traz? Qual a sua história com o café? Te pago um café enquanto você me conta 🙂

 

 

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Artigo publicado no LinkedIn.

Rossana Perassolo é Mentora e Master Coach formada pela Sociedade Brasileira de Coaching, com especializações em psicologia positiva, carreira, leader, executive, business, mentoring, personal & professional coaching. Certificações internacionais pela Association for Coaching (AC) e pelo Institute of Coaching Research (ICR). Analista comportamental formada em teorias DISC e motivadores pela TTI Success Insights. Analista comportamental formada em DISC, attributes & values pela IMX Innermetrix. Formada em publicidade e propaganda pela UFMT, com MBA em marketing pela ESPM. Por 15 anos atuou em grandes multinacionais da indústria de tecnologia da informação, 12 deles liderando times em todos os continentes, especialista em implementar, desenvolver e manter times de alta performance em diferentes países.

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