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Você precisa saber a verdade sobre Coaching | Parte 1

Foto: Freepik | Prostooleh

Escrito por Rossana Perassolo

Começarei dizendo para não aceitar nada do que lerá aqui como verdade absoluta: leia, reflita à respeito e tire suas próprias conclusões. Eu posso estar errada (estou em tantas coisas, sigo aprendendo), e se você for um especialista em outras áreas mencionadas aqui e puder descrever melhor do que eu, por favor comente, será enriquecedor a quem ler.

Meu cunhado, Pedro Vinha, sempre diz que não existe verdade, existem versões. O cara é autoridade mundial na área dele e, ainda assim, provocativo quanto a cada um questiona-lo e buscar seus métodos. O que importa é trazer resultado da melhor forma, no caso dele, ao paciente. Sem competição, mas com colaboração entre as áreas da saúde.

Quando penso em promover uma melhor qualidade de vida, mais realização ao indivíduo e às empresas, acho que passou da hora de termos um olhar mais colaborativo. Há espaço para o Coaching e há momentos em que caberá uma combinação de esforços e há ainda os casos em que, simplesmente, o Coaching não deveria sequer ser considerado.

 

Seus problemas terminaram! (#sóquenão!)

O fato é: o Coaching não é a salvação para todos os seus problemas (nem para os meus problemas ou os problemas do mundo). Desculpe-me em desapontá-lo, mas alguém tinha que te dizer isso. A Xuxa estava errada, e muitas vezes querer não é poder, é birra mesmo (se você não faz ideia do que estou falando, parabéns, você é bem jovem!).

Coaching não é mágica, mágica é ilusão. Coaching é muito empenho do Coach (profissional) e do Coachee (cliente). Não é o que acontece ou é falado durante as sessões/reuniões e sim entre elas. Se o Coachee não “se mexer” entre uma sessão e outra e não aplicar o que foi conversado, está se enganando e nada (ou muito pouco) acontece ao final do processo.

A verdade mesmo é que dá trabalho. Tem dia que é divertido, que você até vai animado para a reunião com o Coach. Mas, algumas vezes, você pensará em desmarcar, terá pensamentos malignos sobre o seu Coach, terá preguiça e será um saco mesmo porque dá trabalho e nem sempre estamos afim, normal. Aí o Coach vai lá e dá o melhor dele, com sorte (e certa competência), pra te animar a passar aquele tempo junto da melhor forma.

Sem falar que há conforto no ofurô de coc#, sem ter que correr atrás do que você quer, contando as mesmas velhas mentiras, culpando as circunstâncias, os outros, seu passado. Sim, há. Ninguém se desilude com um sonho lindo. Já com uma meta bem formulada, que tem compromisso de data para acontecer, que você construiu e validou que é atingível, e não realizou… Outra verdade é que nem todo mundo precisa ou quer mudar. Muita gente reclama muito, mas de verdade mesmo, não quer mudar uma agulha. Se colocar na balança não está disposto a pagar o preço (e nem estou falando do valor financeiro pago pelo processo) e se olhar bem, vai se dar conta que já é feliz (de certa forma, ou deveria ser) e não deveria reclamar tanto. Então a questão nem é fazer Coaching para mudar a situação em que está e sim parar de reclamar e curtir o que tem.

Há garantia no CoachingZero. Poxa, Rossana, de hora em hora, só melhora hein?! Pois é, osso né? Investirá uma grana, tempo, esforço, tudo e nem tem garantia que vai funcionar? Para simplificar muito, depende de dois fatores: da competência do Coach, claro, e da dedicação do Coachee em entrar em ação. Se qualquer uma dessas pontas falha, compromete o resultado. A boa notícia é que se você investe mesmo tudo, como listei acima (de verdade), os resultados impressionam. Não porque são místico-gelatinosos, pelo contrário, são reais, aterrizados, gradativos, consistentes. São vários pequenos sucessos pelo caminho até o fim do processo, monitorados semana à semana, com feedback constante do Coachee. O Coach que está atento, sabe se o Coachee não está se desenvolvendo e faz as interferências necessárias (nem que seja dar um “pula-pirata”, uma conversa franca. Se preciso tem que chamar à realidade, o processo tem que ser levado a sério ou não faz sentido continuar).

Então não há surpresa, não deve acontecer chegar ao fim do processo e “de repente” perceber que não funcionou.

Tem Coaching pra tudo? Tem. Incrivelmente, tem. Uma das necessidades básicas do ser humano é o relacionamento, ter alguém por perto para realizar as coisas é um fato. Às vezes sabemos o que precisa ser feito, mas só fazemos com alguém junto, com o compromisso com mais alguém além de nós mesmos. E faz parte, alguns são assim ou todos somos, para algumas coisas. É da natureza humana.

 

Os profissionais do Coaching são confiáveis?

Tem Coaching picareta (do mal mesmo, sabe)? Muitos! Tem Coach de coração bom, mas que não sabe o que está fazendo? Vários! São todos? Toda unanimidade é burra, inclusive essa.

Qualquer profissão tem profissionais exemplares e os que envergonham a categoria. E os do segundo exemplo fazem muito mais barulho. Só que tem muitos profissionais fazendo um trabalho exemplar, de mãos dadas com seus clientes, ajudando a realmente transformar para melhor indivíduos, famílias e empresas. Quase sempre de forma silenciosa, ou não, mas admita: bons exemplos não dão tanta audiência quanto os ruins.

Minha opinião (e é somente isso, minha opinião): o Coaching para ser uma profissão poderia ter mais critérios que nivelem de alguma forma uma melhor qualidade os Coaches formados. Que critérios são esses? Não sei, acho que é um papel das instituições nacionais e internacionais que regulam isso. Submetam a testes, estudos de casos, exija que para ser um Coach formado o aluno tenha passado por um processo de Coaching como Coachee (faz uma diferença enorme. Estar na posição de cliente é fundamental, ou você não entende o básico de mudança de comportamentos na prática). Nem acho que precise do diploma em si, carga horária (e sou uma tarada lunática por estudar e por cursos, fiz todas as formações para Master Coach e outros cursos que pudessem agregar) mas provar a habilidade, sim.

 

Qual a saída para separar o joio do trigo?

Enquanto isso não existe: cabe a você buscar essa validação. Ótimos Coaches oferecem a primeira sessão gratuita, isso tem que servir para além de conhecer qualquer particularidade sobre o processo dele, você sentir se é o profissional que você quer que te acompanhe no seu desenvolvimento. Se o tema não acabar aparecendo na conversa, não hesite em perguntar sobre a formação do Coach (como uma conversa mesmo, os cursos que fez, o que gostou mais, é um bate papo para se conhecerem), ou sua experiência na profissão.

Se você tem algum conhecido que já fez Coaching e gostou muito do profissional, pode ser um caminho também. Ter essa referência ajuda muito, é um caso de sucesso bem próximo a você.

Converse com quantos Coaches seja necessário até que tenha essa confiança. Se tiver com o primeiro que falar, ok, se não, continue procurando, há muitos Coaches excelentes hoje.

Ah, você não quer ter que fazer essa triagem de quem é bom Coach ou não? Outra verdade sobre o Coaching: enquanto você não quiser assumir responsabilidades, o Coaching não é para você.

 

Forte abraço e boa quarentena a todos!

Artigo publicado no LinkedIn.

Leia a 2a parte deste artigo:

Na segunda parte do artigo você encontrará o que É e o que NÃO É Coaching. Mas já antecipo: o Coaching não é capaz de mudar a sua vida. Você é, e só você. O Coaching é só uma metodologia que você pode usar para facilitar esse processo de mudar a sua vida, parcial ou completamente, ou simplesmente atingir um objetivo que você não sabe como. Mas isso só acontece desde que você queira, trabalhe para isso e saiba como.

 

Rossana Perassolo é Mentora e Master Coach formada pela Sociedade Brasileira de Coaching, com especializações em psicologia positiva, carreira, leader, executive, business, mentoring, personal & professional coaching. Certificações internacionais pela Association for Coaching (AC) e pelo Institute of Coaching Research (ICR). Analista comportamental formada em teorias DISC e motivadores pela TTI Success Insights. Analista comportamental formada em DISC, attributes & values pela IMX Innermetrix. Formada em publicidade e propaganda pela UFMT, com MBA em marketing pela ESPM. Por 15 anos atuou em grandes multinacionais da indústria de tecnologia da informação, 12 deles liderando times em todos os continentes, especialista em implementar, desenvolver e manter times de alta performance em diferentes países.

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